Páginas

terça-feira, 26 de junho de 2012

Mamíferos



Os mamíferos modernos descendem da linhagem sinápsida de amniotas surgida no Período Permiano. A linhagem sinápsida é caracterizada, em sua condição primitiva, por ter um crânio com uma única abertura temporal. Os mamíferos modernos são endotérmicos e homeotérmicos, têm o corpo total ou parcialmente recoberto por pêlos e possuem glândulas mamárias que secretam leite para a nutrição dos filhotes. Estes caracteres derivados, juntamente com diversas características particulares do esqueleto, um sistema nervoso altamente desenvolvido e comportamento individual e social bastante complexos, distinguem os mamíferos de todos os demais amniotas. Sua plasticidade genética e as numerosas adaptações fenotípicas permitiram que os mamíferos invadissem praticamente todos os ambientes da Terra que podem sustentar a vida!


 “A medida que o conhecimento biológico cresça, a ética mudará fundamentalmente para que em todos os lugares, a fauna e a flora de um país sejam consideradas uma parte da herança nacional tão importante quanto sua arte, seu idioma e aquela estonteante mistura de conquistas e farsas que sempre definiram nossa espécie”   
E. O. Wilson (1984)

Aves



As aves representam uma linhagem de amniotas endotérmicos, diápsidas, que evoluíram o vôo no período Jurássico, da Era Mesozóica. Filogeneticamente, elas são estreitamente relacionadas a certos dinossauros terópodes, um grupo de carnívoros bípedes com características do esqueleto similares às das aves. Seus parentes atuais mais próximos são os crocodilianos. As características morfológicas e a grande uniformidade estrutural das aves estão relacionadas, quase completamente, ás rigorosas exigências do vôo, e a mobilidade que ele proporciona é responsável por muitos dos diferentes aspectos de seus comportamentos e ecologia!

Molossus molossus (morcego-cauda-grossa)









Molossus molossus (morcego-cauda-grossa)

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Mammalia
  • Ordem: Chiroptera
  • Família: Molossidae
  • Espécie: Molossus molossus (Pallas, 1766)
  • Nome em Inglês: Pallas’s mastiff bat



A família do morcego Molossus molossus, é composta por 16 gêneros e 86 espécies, distribuídas pelo mundo (NOWAK, 1994, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011). No Brasil encontramos 7 gêneros e 24 espécies de acordo com GREGORIN & TADDEI (2002, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011). Todos os representantes desta família possuem cauda que se projeta alem da membrana interfemural, o que dá o nome popular a esta família “morcegos de cauda livre”. A coloração é freqüentemente marrom, cinza ou preta, possuem pernas curtas e fortes com pés estreitos. Abrigam-se em cavernas, túneis, prédios, ocos de árvores, folhagens e até mesmo em forros de casas onde a temperatura ultrapassa os 47ºC. a presença de glândulas odoríferas é marcante nesta família, o que causa forte odor em suas colônias, geralmente numerosas (NOWAK, 1994, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011).

Características Gerais

Os morcegos desta família não apresentam apêndice nasal. A cauda é grossa, ultrapassando a membrana interfemural em cerca de 1/3 do seu comprimento. O focinho projeta-se além do lábio inferior. Na maioria das espécies, o lábio superior é liso. As orelhas são grossas, variando em forma e tamanho, projetando-se geralmente para frente e unidas na base por uma faixa membranosa. As asas são estreitas e alongadas e as pernas são curtas e fortes. Os pés são providos de pêlos curtos e bem visíveis. Os machos, geralmente, possuem uma glândula no pescoço, utilizada na demarcação de território. A Família Molossidae é considerada a mais antrópica. Vôos altos e retos, com alguns ziguezagues rápidos são comuns a estes molossídeos, que tem tamanho médio, pelagem espessa e cor marrom clara.

Alimentação
Sua dieta constitui-se exclusivamente de insetos aéreos (WILSON, 1973, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011).

Reprodução
Apresentam poliestria, os acasalamentos nas espécies deste gênero ocorrem no primeiro semestre, gerando um único filhote, com a primeira estação de nascimentos em junho e a segunda em setembro, o período de lactação dura cerca de seis semanas (NOWAK, 1994, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011).
Um caráter sexual secundário é a abertura de uma glândula, situada no lado inferior do pescoço, existente apenas nos machos. Esta glândula contém uma substância de cheiro forte e desagradável.

Hábitos
Os morcegos do gênero Molossus podem viver em colônias de até centenas de indivíduos e se abrigam em ocos de árvores, sótãos de casa, fendas em rochas e construções humanas. São comumente encontrados em forros de residências e podem ocupar sótãos com cobertura galvanizada, onde a temperatura pode alcançar 55ºC (NOWAK, 1994, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011). No Paraná, REIS et al. (2002) observaram que M. molossus inicia sua atividade de forrageamento, em média, 15 minutos mais tarde que M. rufus, com a qual, geralmente, divide o mesmo abrigo. Assim como a maioria dos molossídeos esses morcegos não repousam pendurados, mas sim em contato corporal com o substrato (BREDT & CAETANOJÚNIOR, 2001, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011). Talvez por isso, pessoas, leigas costumem confundi-los com ratos.

Distribuição Geográfica
Encontrado na Flórida nos Estados Unidos, em Sinaloa e Coahuila no México até o Peru, norte da Argentina, Paraguai, Uruguai, Brasil e Guianas; nas Antilhas; Ilha Margarita na Venezuela; Curaçao e Nonaire nas Antilhas Holandesas e em Trinidad e Tobago. Sua localidade-tipo: Martinica (Antilhas Menores). No Brasil há registro para os Estados do AC, AM, AP, BA, CE, DF, ES, MA, MG, MS, MT, PA, PE, PI, PR, RJ, RO, RR, RS, SC e SP. Recentemente registrado para o estado da Paraíba (PERCEQUILLO et al., 2007, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011) e Tocantins (BEZERRA & MARINHO-FILHO, 2010, citado por REIS, Nelio R. dos, 2011).
Curiosidades
Logo que começa a escurecer, é possível ouvir gritinhos curtos e agudos, nos locais onde moram. Ao partirem para as atividades noturnas vão aproximando-se da saída e, após movimentarem muito o focinho e as orelhas, como se estivessem sondando o ambiente externo, largam-se em vôos rápidos – normalmente em direção ás várzeas ou baixadas, às margens de mananciais hídricos.

Localização
Rua Coronel José Guilherme,  Centro Curvelo, MG. Coordenadas: -18.754772, Longitude -44.437098



Referências Bibliográficas
REIS, Nelio R. dos ... [ et al]. Mamíferos do Brasil. 2. ed. Londrina: Nelio R. dos Reis, 2011. 439.p.

FLÁVIO, Silva. Mamíferos Silvestres – Rio Grande do Sul. 2.ed. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1994. 246.p.


http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/meio_ambiente/fauna_flora/fauna/morcegocaudalivre.pdf. Acesso em 26 de Jun. 2012.

http://www.santuariodocaraca.com.br/cultura/ver_mamifero.php?codigo=108. Acesso em 26 de Jun. 2012.

Cathartes aura (Urubu-de-cabeça-vermelha)



Urubu-de-cabeça-vermelha
  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Aves
  • Ordem: Cathartiformes
  • Família: Cathartidae
  • Espécie:Cathartes aura
  • Nome em Inglês: Turkey Vulture


      O Urubu-de-cabeça-vermelha pertence à Ordem Cathartiformes e à Família Cathartidae.

Características Gerais
      Possui asas longas, finas e em formato de “V”. Na ave juvenil ou na adulta, as longas penas das asas são cinza escuro. Esse contraste é característico desta espécie. O adulto possui a pele nua da cabeça e pescoço vermelhos, além de um escudo bucal branco, visível em boas condições de luz, quando juvenil tem a cabeça negra.

Alimentação
      O Urubu-de-cabeça-vermelha se alimenta de carniças, as quais são reconhecidas pelo olfato. Quando chega até o alimento primeiramente, come sua parte, e se algum outro animal chegar para se alimentar, se afasta e aguarda até o momento de que fique sozinho novamente.
Reprodução
      Coloca seus ovos no solo, ou raramente em ocos de árvores. Em qualquer um dos casos, em locais com vegetação e proteção. Coloca até dois ovos e sua incubação dura de 38 a 41 dias. Quando os filhotes nascem, são alimentados com material regurgitado pelos pais.


Hábitos
      Encontra-se em matas, bosques e campos. Durante a noite, dirige-se à para pousos tradicionais. O pouso é feito por vários urubus de espécies diferentes no mesmo ambiente (Sick,1997; Antas, 2005).

Distribuição Geográfica
      Encontrado em todas as regiões do Brasil e Sul do Canadá.


Curiosidades
      O Urubu-de-cabeça-vermelha é um excelente planador, é uma das melhores aves no quesito olfato, com uma incrível capacidade de sentir odores, consegue localizar um pequeno pedaço de carne podre escondido nas folhagens no interior de uma floresta tropical (Conforme observado no experimento feito no documentário BBC- La vida de las aves: Aves carnívoras e no Discovery Channel: Ultimate guide- Birds of prey).



Localização
Fazenda Vila Antonina, km 20 estrada de Diamantina que vai para Vila São Joaquim,  Município de Presidente Juscelino-BR259. Coordenadas: Latitude: 18°48'16.84" Sul , Longitude: 44° 8'58.59" Oeste

Video



Referências Bibliográficas
Wiki Aves
http://www.wikiaves.com.br/urubu-de-cabeca-vermelha. Acesso em: 25 Jun.2012.

Cirino Design
http://cirinodesign.com.br/passarinhando/index.php?option=com_content&view=article&id=548:urubu-de-cabeca-vermelha-cathartes-aura&catid=82:ordem-alfabetica&Itemid=301. Acesso em: 25 Jun.2012.

Aves de Rapina do Brasil
http://www.avesderapinabrasil.com/cathartes_aura.htm. Acesso em: 25 Jun.2012.

BBC- Documentário: La vida de las aves: Aves carnívoras e no Discovery Channel: Ultimate guide- Birds of prey).

Sick, H. Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Columbina squammata (Fogo-apagou)





Fogo-apagou
  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Aves
  • Ordem: Columbiformes
  • Família: Columbidae
  • Espécie:Columbina squammata (Lesson, 1831)
  • Nome em Inglês: Scaled Dove


Fogo-apagou é uma ave columbiforme da família Columbidae. O nome fogo-apagou é sem dúvida a melhor tradução escrita para o canto desta ave, um dos sons mais típicos da “roça”. Conhecido também como rola-cascavel (devido ao barulho emitido com as asas, que lembra um chocalho), rolinha-carijó, fogo-pagô (onomatopéico), rola-pedrês, felix-cafofo (PB), paruru e galiinha-de-Deus.
Como citado anteriormente, esta espécie apresenta muitas características morfológicas e comportamentais que lhe renderam nomes-populares bastante fortes. Além destes, devido ao padrão de “escamas” apresentados pelas penas desta espécie, a denominação squamata faz uma ligação direta com répteis, já que Squamata é o nome da Sub-ordem das cobras e lagartos.
Na música popular, deu nome à composição de Sá e Guarabyra Fogo Pagô, que traz os versos:
Fogo pagô que encantou
Levou embora
Ai, teus murmúrios na memória…
Cantada também por Louz Gonzaga:
Fogo Pagou
Teve pena da rolinha que o menino matou Teve pena da rolinha que o menino matou
Mais depois que torrou a bichinha, comeu com farinha…gostou Mais depois que torrou a bichinha, comeu com farinha…gostou
Fogo pagou Fogo pagou Fogo pagou..tem dó de mim
Fogo pagou Fogo pagou Fogo pagou..é sempre assim
Todo mundo lamenta a desgraça que a gente passa num dia de azar Más se disso tirar bom proveito sorrir satisfeito fingindo chorar
Todo mundo lamenta a desgraça que a gente passa num dia de azar Más se disso tirar bom proveito sorrir satisfeito fingindo chorar
Teve pena da rolinha que o menino matou Teve pena da rolinha que o menino matou
Mais depois que torrou a bichinha, comeu com farinha…gostou Mais depois que torrou a bichinha, comeu com farinha…gostou
Fogo pagou Fogo pagou Fogo pagou..tem dó de mim
Fogo pagou Fogo pagou Fogo pagou..é sempre assim
Todo mundo lamenta a desgraça que a gente passa num dia de azar Más se disso tirar bom proveito sorrir satisfeito fingindo chorar
Todo mundo lamenta a desgraça que a gente passa num dia de azar Más se disso tirar bom proveito sorrir satisfeito fingindo chorar

Características Gerais
A característica mais marcante desta espécie é o padrão escamoso de suas penas que ajuda na sua camuflagem. A cor de base é o bege. Quando em vôo é possível ver uma faixa branca na base da asa que seguida pela faixa branca da lateral da cauda. Mede cerca de 19 centímetros.

Alimentação
Alimenta-se no chão, andando com a barriga quase arrastando no solo. Quando assustado, voa bruscamente para árvores próximas. Uma árvore chamada Crindiuva (Trema micrantha), dá um dos frutos prediletos dessa espécie.

Reprodução
Faz ninho de gravetos em formato de xícara, normalmente a 1 ou 2 metros de altura, às vezes também no chão. Põe 2 ovos brancos.

Hábitos
A fogo-apagou é uma rolinha de hábitos geralmente discretos, que anda em casais ou pequenos grupos pelas bordas de matas, cerrados, pomares, parques e outros tipos de vegetação, excluindo-se os muito abertos ou muito fechados. Seu silêncio só é quebrado pela vocalização, que a ave só emite empoleirada em locais bem escondidos, e pelo ruído produzido pelas asas quando a ave alça vôo, lembrando um gemido. No Sudeste é tida como espécie arisca, sendo muito mais ouvida do que vista em cidades como Campinas ou Ribeirão Preto, mas é curioso notar que em Brasília ou Goiânia a fogo-apagou aproxima-se muito mais das pessoas, ciscando nas calçadas da mesma forma que a rolinha-roxa (Columbina talpacoti).
Ornitólogos e observadores de aves do estado de São Paulo vêm relatando um certo declínio nas populações desta espécie. Muitos atribuem este declínio à competição com a
pomba-de-bando (Zenaida auriculata), que vem aumentando sua distribuição e abundância.

Distribuição Geográfica
Presente nas regiões Nordeste, Centro-oeste e nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Encontrado também da Guiana Francesa e Venezuela ao Paraguai e Argentina.

Curiosidades
Dias (2006, citado por AMÂNCIO, Suélen; SOUSA, Valéria Barbosa de; MELO, Celine & PEDROSO, Everton Tizo) afirma que a formação de grupos para forrageamento é evidente para espécies do gênero Columbina (e.g Columbina squammata), e se torna importante, diante de uma fonte abundante de recurso, pois diminui o tempo de vigia contra predadores e aumenta o tempo para realização de outras atividades, como limpeza e o próprio forrageamento.



Localização
Fazenda Vila Antonina, km 20 estrada de Diamantina que vai para Vila São Joaquim,  Município de Presidente Juscelino-BR259. Coordenadas: Latitude: 18°48'16.84" Sul , Longitude: 44° 8'58.59" Oeste


Video





Referências Bibliográficas
Wiki Aves:
http://www.wikiaves.com.br/fogo-apagou. Acesso em: 23 de Jun. 2012.

AMÂNCIO, Suélen; SOUSA, Valéria Barbosa de; MELO, Celine & PEDROSO, Everton Tizo. Distribuição comportamental diurna de Columbina talpacoti (Columbiformes: Columbidae) em área urbana, Uberlândia (MG). Diponível em:<http://www.ao.com.br/download/ao154_49.pdf>. Acesso em: 24 de Jun. 2012. 

Gnorimopsar chopi (Graúna)





Graúna
  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Aves
  • Ordem: Passeriformes
  • Subordem: Passeri
  • Parvordem: Passerida
  • Família: Icteridae (Vigors, 1825)
  • Espécie: Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819)
  • Nome em Inglês: Chopi Blackbird


A graúna (derivado do tupi “guira-una” = ave preta) é uma ave passeriforme da família Icteridae. Conhecido também como chico-preto (Maranhão), arranca-milho, chopim, chupão (Mato Grosso), assum-preto, cupido, melro e pássaro-preto.
Dentre as várias inspirações ao cancioneiro popular, esta se destaca por sua letra e pujança na voz de Luiz Gonzaga:

Tudo em volta é só beleza
Sol de abril e a mata em flor
Mas assum preto, cego dos oio
Não vendo a luz, ai, canta de dor
Mas assum preto, cego dos oio
Não vendo a luz, ai, canta de dor

Essa música relata um ato cruel entre passarinheiros, principalmente do nordeste, que furavam (em algumas regiões ainda o fazem) os olhos do assum preto pensando que assim ele cantaria mais na gaiola. Esse procedimento bizarro também é feito com o sabiá.
Na literatura, José de Alencar escreveu no romance Iracema:
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da Jati não era doce como seu sorriso (…)
Além da subespécie Gnorimopsar chopi chopi existe uma subespécie chamada Gnorimopsar chopi sulcirostris. Ambas são iguais, porém a sulcirostris é maior e existe no norte/nordeste, enquanto que a chopi é menor e existe na região sul/sudeste do Brasil.

Características Gerais
Mede 21,5 a 25,5 centímetros de comprimento. É inteiro negro incluindo pernas, bico, olhos e penas daí um de seus nomes populares pássaro preto, filhotes e jovens não possuem penas ao redor dos olhos. Trata-se de um dos pássaros de voz mais melodiosa deste país. A fêmea também canta.

Alimentação
Onívoro, se alimenta de frutos, sementes, insetos, aranhas e outros invertebrados (FEOMG, 2009, citado por Cavalcante, 2009). Aprecia o coco maduro da palmeira buriti. Apanha insetos atropelados nas estradas e aproveita restos de milho junto às habitações humanas ou desenterra sementes recém-plantadas.

Reprodução
Atinge a maturidade sexual aos 18 meses. Faz ninho em árvores ocas, troncos de palmeiras, ninhos de pica-pau, em mourões, dentro do penacho de coqueiros e nas densas copas dos pinheiros, utilizando também ninhos abandonados de joão-de-barro. Ocupa buracos também em barrancos e cupinzeiros terrestres. Às vezes faz um ninho aberto, situado em uma forquilha de um galho distante do tronco, em uma árvore densa e alta. Cada ninhada geralmente tem entre 3 e 4 ovos, tendo de 2 a 3 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 14 dias e ficam no ninho 18 dias. O macho ajuda a criar a prole.

Hábitos
É comum em áreas agrícolas, buritizais, pinheirais, pastagens e áreas pantanosas, plantações com árvores isoladas, mortas, remanescentes da mata. Sua presença está associada a palmeiras. Vive normalmente em pequenos grupos que fazem bastante barulho. Pousa no chão ou em árvores sombreadas. Há quem confunda o graúna com o atrevido vira-bosta (Molothrus bonariensis), famoso por parasitar o ninho de várias espécies (ex.: tico-tico). Enquanto o vira-bosta é elegantíssimo, esguio e traja cintilantes vestes de tom violáceo, o graúna é negro e de porte mais avantajado, além de saber nidificar, não se descuidando da criação da ruidosa prole. No nordeste ocorre a subespécie (Gnorimopsar chopi sulcirostris), que é maior, medindo 25,5 centímetros de comprimento. Quando canta arrepia as penas da cabeça e pescoço.

Distribuição Geográfica
Excluindo-se a Amazônia, onde está presente apenas no leste do Pará e Maranhão, é encontrado em todo o restante do País. Encontrado também no Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Curiosidades
Alguns pássaros canoros como Sporophila nigricollis (Papa-capim) e Gnorimopsar chopi (Pássaro preto) são freqüentemente capturados e colocados em gaiolas para serem criados ilegalmente em cativeiro (PITA, B.G; SANTOS, R.A; MÁXIMO, P.O & MUCUGÊ, D.S.).



Localização
Fazenda Vila Antonina, km 20 estrada de Diamantina que vai para Vila São Joaquim,  Município de Presidente Juscelino-BR259. Coordenadas: Latitude: 18°48'16.84" Sul , Longitude: 44° 8'58.59" Oeste



Sons da Graúna





Referências Bibliográficas
PITA, B.G; SANTOS, R.A; MÁXIMO, P.O & MUCUGÊ, D.S. DADOS PRELIMINARES SOBRE LEVANTAMENTO DE AVES ASSOCIADAS AOS ECOSSISTEMAS LACUSTRES EM AREMBEPE, CAMAÇARI – BAHIA. Disponível em: < http://www.seb-ecologia.org.br/viiiceb/pdf/1908.pdf>. Acesso em: 24 de Jun. 2012.
Wiki Aves:
http://www.wikiaves.com.br/grauna. Acesso em: 23 de Jun. 2012.
CAVALCANTE, Krisdany Vinícius Santos de Magalhães. AVALIAÇÃO ACÚSTICA AMBIENTAL DE HÁBITATS DE PASSERIFORMES EXPOSTOS A RUÍDOS ANTRÓPICOS EM MINAS GERAIS E SÃO PAULO. Belo Horizonte, 2009. Disponível em: < http://www.smarh.eng.ufmg.br/defesas/353M.PDF>. Acesso em: 23 de Jun. 2012. 

Pionus maximiliani (Maitaca-verde)




Maitaca-verde
  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Aves
  • Ordem: Psittaciformes
  • Família: Psittacidae (Rafinesque, 1815)
  • Espécie: Pionus maximiliani (Kuhl, 1820)
  • Nome em Inglês: Scaly-headed Parrot


A maitaca-verde (Pionus maximiliani) é uma ave psittaciforme da família dos Psittacidae. É chamada também por maritaca (MG), baitaca, maitaca, maitaca bronzeada, maitaca-de-maximiliano, maitaca-suia, suia e umaitá. Não está classificada em nenhuma categoria de ameaça, embora o desmatamento e o comércio ilegal afetem suas populações.

Características Gerais
Pesa cerca de 260g e mede 25 cm. Tem a cabeça cinza-azulada, abaixo do pescoço tem uma faixa roxa, bico amarelado, asas verdes e ponta do rabo vermelho. Emite vocalização muito similar a do papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). A subespécie P. m. siy (presente na Bolívia) é mais escura na cabeça, com a parte de trás verde-amarelado e o azul da garganta mais claro.

Alimentação
Alimenta-se de frutos e sementes da região, muitas vezes sendo verdadeiros predadores de arrozais.

Reprodução
Costumam aninhar em buracos, em troncos, rochas e barrancos. Afofam seus ninhos com penas da fêmea e madeira raspada para umedecer fezes dos filhotes. O seu período de reprodução é de Setembro a Fevereiro. Botam de 3 a 5 ovos brancos.

Hábitos
Vive em uma variedade de habitats que incluem florestas úmidas, de galeria, savanas e áreas cultivadas, até os 2.000 m. Geralmente gregário, voam em bando de 6 a 8 indivíduos, por vezes até de 50 aves quando a comida é abundante. Costumam banhar-se em lagos para se refrescar. É um dos mais abundantes psitacídeos em sua área de ocorrência.

Distribuição Geográfica
Desde o Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, Paraguai, Bolívia até o norte de Argentina.

Curiosidades
Galetti (1993, citado por MENDONÇA, 2010), estudando o comportamento alimentar de maitaca-verde Pionus maximiliani (Kuhl,1820)  em  Campinas  SP,  afirma  que  a  dieta  dessas  aves  variou durante o ano e foi composta por flores, sementes e polpa, sendo maior o consumo de flores na época seca e o de sementes e polpa na época úmida e Luccas et al (2009, citado por MENDONÇA, 2010 ) que realizaram estudos no Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL) em São Paulo SP,  avaliaram a dieta de psitacídeos  encontrando,  diferenças  nos  itens  alimentares  dessas  aves,  os  itens  alimentares sofreram variação de acordo com a época de frutificação das plantas.


Localização
Fazenda Vila Antonina, km 20 estrada de Diamantina que vai para Vila São Joaquim,  Município de Presidente Juscelino-BR259. Coordenadas: Latitude: 18°48'16.84" Sul , Longitude: 44° 8'58.59" Oeste

Vídeo 




Referências Bibliográficas
Wiki Aves:
http://www.wikiaves.com/maitaca-verde. Acesso em: 23 de Jun. 2012.


MENDONÇA, THAMARA PEIXOTO. PREDAÇÃO E DISPERSÃO DE SEMENTES PELOS PSITACÍDEOS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FLORESTAS, DEZ. 2010. Disponível em: < http://www.if.ufrrj.br/inst/monografia/2010II/Thamara.pdf>. Acesso em: 23 de Jun. 2012.

Passarinhando:

http://cirinodesign.com.br/passarinhando/index.php?option=com_content&view=article&id=639:maitaca-verde-pionus-maximiliani&catid=82:ordem-alfabetica&Itemid=301. Acesso em: 23 de Jun. 2012.

Egretta thula (Garça-branca-pequena)



Garça-branca-pequena

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Aves
  • Ordem: Pelecaniformes
  • Família: Ardeidae (Leach, 1820)
  • Espécie: Egretta thula (Molina, 1782)
  • Nome em Inglês: Snowy Egret

A garça-branca-pequena é uma ave da ordem Pelecaniformes da família Ardeidae. Também conhecida como garcinha-branca, garça-pequena e garcinha.

Características Gerais

Mede de 51 a 61 centímetros de comprimento e apresenta grandes egretes no período reprodutivo. (Egrete: Zool. Feixe de plumas alongadas que enfeitam a cabeça de algumas garças na época de reprodução) mais evidenciado nos machos. Totalmente branca. Apresentam o bico e as pernas negros e os dedos dos pés amarelos (Sick, 1997, citado por ALMEIDA, Roberta Gewehr; MADER, Aurélea; SANDER, Martin; JÚNIOR, Gilberto Emílio Casa. LEÂO, Patrícia Pugliese). A plumagem é rica em pó, o qual é produzido por plumas de pó concentradas no peito e nos lados do corpo.

Alimentação
Alimentam-se de peixes, caranguejos, moluscos, anfíbios e répteis, com o hábito de tremular e vibrar os dedos, para espantar animais ocultos na lama, dentro da água (Sick, H. 1997, citado por Mignani, L.; Barbieri E.).
Reprodução
Associam-se em colônias formando ninhais com outras espécies, o casal constrói uma plataforma de galhos secos sobre uma árvore, geralmente próxima a água, onde são postos, com 2 ou 3 dias de intervalo, de 3 a 7 ovos esverdeados ou verde-azulados que medem cerca de 43 por 32 milímetros cada um. Estes ovos são incubados pelo casal durante 25 a 26 dias e, quando nascem os filhotes, que são nidícolas, os pais fornecem-lhes alimento regurgitado.

Hábitos
Esta ave vive em regiões de banhados e habitam os chamados "garçais", locais com fim de descanso (Ambiente Brasil-USP, citado por Mignani, L.; Barbieri E.). Comum em manguezais e estuários, onde se reproduzem, sendo menos numerosas em pântanos e poças de água doce (Brasil 500 Pássaros citado por Mignani, L.; Barbieri E.). Vivem em grupos e migram em pequenas distâncias para dormir.

Distribuição Geográfica
Todo o Brasil e desde o sul dos Estados Unidos e Antilhas à quase totalidade da América do Sul.

Curiosidades
No período que antecede a reprodução, um grande número de garças-brancas-pequenas e grandes podem ser encontradas nos lagos, rios, represas e espelhos d’água da cidade de São Paulo. Como seus dormitórios são estabelecidos em árvores próximas à essas coleções de água, muitas vezes o excesso de suas fezes ácidas pode causar danos temporários à vegetação.
Por outro lado essas duas espécies de garças cumprem importante papel no controle das populações de peixes nos lagos e represas eutrofizadas como os lagos dos Parques Ibirapuera e Aclimação, além das Represas Billings e Guarapiranga.




Localização
Fazenda Vila Antonina, km 20 estrada de Diamantina que vai para Vila São Joaquim,  Município de Presidente Juscelino-BR259. Coordenadas: Latitude: 18°48'16.84" Sul , Longitude: 44° 8'58.59" Oeste

Sons da Garça-branca-pequena




Referências Bibliográficas
Mignani, L.; Barbieri, E.. VARIAÇÃO SAZONAL DA GARÇA-BRANCA-PEQUENA (Egretta thula) NA PRAIA DA ILHA COMPRIDA, LITORAL SUL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em:<http://www.registro.unesp.br/museu/basededados/arquivos/00000211.pdf>. Acesso em: 24 de Jun. 2012.

Wiki Aves:
<http://www.wikiaves.com.br/garca-branca-pequena>. Acesso em 24 de Jun. 2012.
ALMEIDA, Roberta Gewehr; MADER, Aurélea; SANDER, Martin; JÚNIOR, Gilberto Emílio Casa. LEÂO, Patrícia Pugliese. DISTRIBUIÇÃO SAZONAL DA GARÇA-BRANCA-PEQUENA (Egretta thula) NA COSTA NORTE DO RIO GRANDE DO SUL. Disponível em: < http://upan.org.br/wp-content/uploads/2012/03/Poster-egretta.pdf>. Acesso em: 23 de Jun. 2012. 

domingo, 24 de junho de 2012

Cariama cristata (Seriema)



Seriema

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Aves
  • Ordem: Cariamiformes
  • Família: Cariamidae
  • Espécie: Cariama cristata
  • Nome em Inglês: Red-legged Seriema


A seriema é uma ave da família Cariamidae. Conhecida também como sariema (Ceará) e seriema-de-pé-vermelho.

Características Gerais
Ave típica dos cerrados do Brasil, a seriema possui porte imponente e cauda longa. Sua plumagem é cinza-amarelada, com finas riscas escuras: abdomên um pouco mais claro, bico e pernas vermelhos. Tem a crista formada por um tufo de penas longas, com cerca de 12 centímetros. É uma das poucas aves que possuem pestanas. Atinge uma altura média de 70 centímetros, podendo chegar a 90 centímetros de comprimento e pesar até 1,4 quilo. O porte dos jovens podem ser igual ao dos adultos e, para diferenciá-los, a cor dos olhos é uma das melhores maneiras. Nos adultos, os olhos são acinzentados; já nos jovens, são amarelados.
Seu canto é marcante, podendo ser ouvido a mais de 1 quilômetro. Seus gritos, seja de uma ave solitária, seja de um casal em dueto, são altos e longos. Parecem longas risadas, as quais vão acelerando-se e aumentando de tom à medida que a ave repete o canto. Pode permanecer gritando por vários minutos a fio.

Alimentação
A Seriema se alimenta de vermes, roedores, insetos e pequenos répteis. Seu bico é o principal auxílio para capturar seu alimento. Dependendo do tamanho da presa, ela pisa e faz o desmembramento do alimento com o bico. (Portal São Francisco)




Reprodução
Faz ninho desde a pouca altura do chão até a 4 ou 5 metros do solo, a árvore tende ser tal que permita a ascensão da ave, em saltos auxiliados por curtas esvoaçadas, até o ninho. Utiliza gravetos e galhos frágeis, forrando-o com estrume de gado, barro ou folhas secas. Os ovos tem cor rosada.

Hábitos
Tem hábito terrícola e é excelente corredora. Vive em áreas abertas, várzeas secas e campos de altitude(Portal São Francisco).

Distribuição Geográfica
É encontrada em diversas regiões do Brasil, sul, nordeste e sudeste principalmente.  Encontra-se também na Bolívia, Uruguai, Paraguai e Argentina.

Curiosidades
Se perseguida, foge correndo, deixando para voar somente se muito pressionada, chegando a atingir velocidades superiores a 50 km/h antes de levantar voo. Cansada, voa pequenos trechos antes de pousar e voltar a correr. Segundo (LC, Least Concern),tal espécie apresenta risco mínimo de extinção.



Localização
INIMUTABA: Coordenadas: Latitude: -18.7322, Longitude: -44.3594



Sons da Seriema





Referências Bibliográficas

Wiki Aves
 http://www.wikiaves.com.br/seriema. Acesso em: 19 Jun.2012.
Portal São Francisco
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/seriema/index.p. Acesso em: 25 Jun.2012.
Saúde Animal
http://www.saudeanimal.com.br/seriema.htm. Acesso em: 24 Jun.2012.
Brasil Escola
http://www.brasilescola.com/brasil/aves-cerrado.htm. Acesso em: 25 Jun.2012.