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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Furnarius rufus (João-de-barro)



João-de-barro
  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Aves
  • Ordem: Passeriformes
  • Família: Furnariidae (Gray, 1840)
  • Subfamília: Furnariinae (Gray, 1840)
  • Espécie: Furnarius rufus
  • Nome em inglês: Rufous Hornero

O joão-de-barro é conhecido também como barreiro (RS), Maria barreira (BA), forneiro, pedreiro, oleiro, hornero (ARG) e amassa-barro. A fêmea é conhecida como “joaninha-de-barro”, “maria-de-barro” ou “sabiazinho” em certas regiões. É conhecido por seu característico ninho de barro em forma de forno. O joão-de-barro é tido como passarinho trabalhador e inteligente. Seu canto parece uma gargalhada (no Sul dizem que, quando ele canta, é sinal de bom tempo) e também dizem que ele faz o ninho na direção contraria da chuva, e é amigo de todos, lutando para salvar seu ninho, sua casa.

Características Gerais
Esta ave mede de 18 a 20 centímetros e pesa em média 49 gramas. Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado. Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Suas rêminges  primárias são bem escuras, visíveis durante o vôo. Ventralmente é de coloração clara (alguns indivíduos podem possuir o peito, flancos e barriga amarronzados, semelhante ao dorso), sendo o queixo e pescoço brancos. Destaca-se também pela sua cauda, que é avermelhada tanto dorsal quanto ventralmente. Não é uma ave arisca que não se afasta muito de seu território, deixando o observador chegar a poucos metros de distância. Quando não está empoleirada desce ao solo, onde passa boa parte de seu tempo caminhando de modo bem típico: alterna pequenas corridas com um andado mais devagar.

Alimentação
É uma ave que revira as folhas, buscando cupins, formigas ou içás no solo ou troncos caídos. Alimentam-se também de outros invertebrados, como minhocas e possivelmente moluscos. Por ser uma ave de hábitos urbanos, aproveita restos alimentares humanos, como pedaços de pão.

Reprodução
O casal de João-de-barro constrói um ninho em formato de forno de barro, o qual utiliza como matéria-prima o barro úmido, esterco e palha, cujas proporções dependem do tipo de solo (se arenoso, a quantidade de esterco chega a ser maior do que a de terra). Eles não utilizam o mesmo ninho por duas estações seguidas, e em locais urbanizados, faz seu ninho até no peitoril das janelas altas e de difícil acesso. A sua construção pode demorar de 18 dias a 1 mês, dependendo da disponibilidade de matéria prima. O ninho pode chegar a pesar em torno de 4 Kg, podendo ser construídos vários deles, até 11 ninhos sobrepostos em anos consecutivos. Põe de 3 a 4 ovos, a partir de setembro e a incubação dura de 14 a 18 dias. EFE et al. (2001) relatam que os ninhos abandonados do joão-de-barro são comumente utilizados por diversas espécies, entre as quais destacam-se a andorinha-do-campo, Progne tapera (Vieillot, 1817), e o canário-da-terra-verdadeiro, Sicalis fl aveola (Linnaeus, 1766).


Hábitos
Esta ave pode ser observada em paisagens abertas, como campos, cerrados, pastagens, ao longo de rodovias e em jardins. Caminha pelo chão em busca de insetos, frequentemente pousando em postes, cercas, galhos isolados e outros pontos que permitam uma boa visão dos arredores. Vive geralmente aos casais. Canto em dueto extremamente estridente nos arredores do ninho em postura altiva e tremulando as asas. Há várias lendas sobre esta espécie e a mais famosa, que já virou até tema de uma canção intitulada joão-de-barro, diz que se o macho for traído ele pode trancar a fêmea no ninho até que ela morra. Tal comportamento nunca foi registrado cientificamente.

Distribuição Geográfica
Segundo SICK (1997), o joão-de-barro, Furnarius rufus (Gmelin, 1788), é um dos pássaros mais populares do país, sendo mais abundante no sul do Brasil em fazendas, parques e cidades. Na década de 50, graças ao desmatamento e conseqüente aumento das áreas campestres, ocorreu uma impetuosa expansão da espécie que passou a colonizar locais que, no começo do século, não faziam parte da sua distribuição original (SICK 1997). Ele esta presente em áreas não florestadas, desde o sul até os estados de Goiás, Piauí e Alagoas  devido o desmatamento de grandes áreas, como o sudeste do Pará. Encontrado também na Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.



Localização
Embrapa Milho e Sorgo: Coordenadas: 19º28' latitude sul e longitude oeste 44º15'.


João de Barro construindo o ninho





Referências Bibliográficas

SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro, Nova Fronteira. 862 p.:Il, 1997

EFE, M.A., L.V. MOHR & L BUGONI. Guia Ilustrado das Aves dos Parques de Porto Alegre. Porto Alegre, Proaves.p.144,  2001.

http://www.wikiaves.com.br/joao-de-barro

EFE M. A. & FILIPPINI A. Nidificação do joão-de-barro, Furnarius rufus (Passeriformes, Furnariidae) em estruturas de distribuição de energia elétrica em Santa Catarina. Ornithologia 1(1):121-124, Junho 2006. 

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